terça-feira, 6 de julho de 2010

Turquia


Istambul. Já ouvimos muito falar dela por outros nomes – Constantinopla, Bizâncio. De fato muitas civilizações já passaram por aqui e, claro, deixaram um pouco de suas marcas. Gregos, Macedônios, Romanos, Bizantinos, e por fim, Turcos-Otomanos. Ela é exatamente como deveria ser – um livro de história ao céu aberto. Vemos muito de todos que aqui passaram. Não importa se atualmente ela é uma cidade absolutamente cosmopolita, com 15 milhões de habitantes, bairros com vida noturna, boites e etc. Ainda se guarda tudo que é antigo, inclusive, igrejas cristãs. Sim, IGREJAS CRISTÃS. A Turquia é um Estado Laico por definição constitucional. Sua população é de maioria mulçumana, mas isso não a torna um pais muçulmano. Na verdade, interessante perceber que para o ocidente eles são genericamente considerados “árabes” (o que é uma grande ofensa, eis que são de outra etnia, a Turca com seus diversos ramos). Nada disso, entretanto, tem a ver com religião. Para os países que são de fato mulçumanos, a Turquia é considerada ocidentalizada, e sua mulher tem iguais direitos que os homens, tendo sido-lhes reconhecido o direito a voto na mesma década de nosso Brasil. Aos nossos olhos, e especialmente na qualidade de turista, isso é apenas mais um tempero. A cidade é repleta de minaretes e mesquitas, o que a torna exótica para um viajante ocidental, acostumado com igrejas em todos os cantos. Em alguns períodos do dia, ouve-se o chamado a reza lá de cima das torres. Qualquer um na Turquia pode entrar nas mesquitas, inclusive nós cristãos. exceto durante o período de oração. Uma se destaca especialmente – a Mesquita Azul. Sensacional e impressionante seriam o bastante para descrever, se o melhor adjetivo não fosse linda. Bem em frente a ela, e para mostrar o caráter de aceitação das outras religiões, existe também um lugar chamado Santa Sophia (Santo Conhecimento, originário do grego). É um lugar que foi construído como igreja, virou mesquita, e depois se converteu em museu, onde em sua abóboda principal, no centro, há uma imagem da Virgem Maria com Jesus, e as inscrições de Maomé e Acha (pelo Alcorão não se pode fazer as imagens de Maomé). Apenas para esclarecer: Alah é Deus que é Jeová, apenas escritos e ditos por línguas diferentes.

Não se pode esquecer também um pequeno detalhe. A cidade fica entre dois continentes – Europa e Ásia. De um lado é Europa e de outro a Ásia. No meio simplesmente o estreito de Bósforo, com seu mar azul-turquesa (turquesa=da Turquia). Sem descrições, mesmo para uma pessoa acostumada com a baia de todos os santos (hehehehe). A parte asiática legou à Istambul os cheiros e cores vibrantes das especiarias e suas comidas exóticas (e boas). A parte européia deixou a história.

Como eu disse bem no começo, saímos de Constantinopla, passamos por Ankara (capital) e antes de chegarmos a Capadócia (Salve Jorge), percorremos a Anatólia. A região é no meio da Turquia, e vários povos por aqui passaram e ficaram. Sumérios e Hititas são os mais conhecidos da era pré-mulsumana. Os relatos de escavações arqueológicas datam de 10 mil antes de Cristo, período em que o homem estava apenas chegando na Europa. As cidades subterrâneas na Capadócia chamam a atenção – quase 80 metros escavadas abaixo do solo, assim como os restos das igrejas e vilas dos primeiros cristãos (1d.c.), que aqui se estabeleceram para fugir da perseguição romana, anterior à conversão do império ao cristianismo. Passamos também pela Rota da Seda, tão relatada nos livros de história, responsável pelo comércio das especiarias desde a época antiga, e responsável por impulsionar os países europeus às Grandes Navegações depois de ficarem nas mãos dos turcos-otomanos na idade média. Como eu disse, é história ao céu aberto. Chamou a atenção também a seita dos Deviches, religiosos que ficam rodando literalmente por horas para entrar em transe e ter contato com Deus-Alah-Jeová. Indescritível tudo.

Obs.: Ainda sobre a Capadócia (Salve Jorge), nem vou tentar explicar o que é voar de Balão - é o tipo da coisa que palavras e fotos não servem, só o que ficou registrado na retina.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Viajall e Ednall!!

    Que relato empolgante, amigo velho! Fico pensando, também, nas experiências gastronômicas que vocês tiveram, pois também é uma terra rica em sabores e temperos, que nos influencia há séculos.
    Quanto ao passeio de balão, sem comentários...

    Abração e boas próximas viagens!!

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